Novo Ensino Médio: Mudanças e itinerários

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By Éder Civitarese

Introdução

O Novo Ensino Médio representa uma das mais significativas transformações na educação brasileira das últimas décadas. Com a sanção da Lei nº 14.945/2024, em 31 de julho de 2024, o sistema educacional brasileiro passou por uma reestruturação que afeta diretamente milhões de estudantes, professores e famílias em todo o país. Esta reforma, que começou a ser implementada gradualmente a partir de 2022, ganhou novos contornos com as alterações aprovadas em 2024, estabelecendo diretrizes mais claras para a implementação a partir de 2025.

A nova legislação busca equilibrar as demandas por flexibilização curricular com a necessidade de garantir uma formação sólida e abrangente para todos os estudantes. Compreender essas mudanças é fundamental para estudantes que estão ingressando no ensino médio, pais que acompanham a trajetória educacional de seus filhos, professores que precisam se adaptar às novas metodologias e gestores educacionais responsáveis pela implementação nas escolas. Este guia completo apresenta todas as informações atualizadas sobre o Novo Ensino Médio, suas implicações práticas e os desafios da implementação.

novo ensino médio

A Jornada da Transformação: Das Origens à Reestruturação

A reforma do ensino médio teve início com a Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Esta primeira versão da reforma foi motivada por problemas crônicos identificados no ensino médio tradicional: altos índices de evasão, com cerca de 1,3 milhão de jovens entre 15 e 17 anos fora da escola; baixo desempenho em avaliações nacionais e internacionais; currículo rígido que não atendia diferentes perfis de estudantes; e formação pouco alinhada com demandas contemporâneas do mercado de trabalho.

Após anos de implementação e debates intensos, a Lei nº 14.945/2024 trouxe importantes ajustes à reforma original, respondendo a críticas e demandas da comunidade educacional. O feedback da implementação revelou experiências dos estados pioneiros que indicaram necessidade de ajustes, pressões da comunidade educacional com críticas de professores, estudantes e especialistas, necessidade de maior clareza nas definições sobre carga horária e itinerários, e garantia de formação básica sólida para todos os estudantes.

A Nova Arquitetura Curricular

A lei de 2024 estabelece uma divisão mais clara e equilibrada entre Formação Geral Básica e Itinerários Formativos. A Formação Geral Básica agora compreende 2.400 horas obrigatórias, representando 80% do total da carga horária, e inclui todas as disciplinas tradicionais da Base Nacional Comum Curricular, com Português e Matemática obrigatórios nos três anos, garantindo formação comum a todos os estudantes.

Os Itinerários Formativos ocupam 600 horas, equivalentes a 20% do total da carga horária, oferecendo flexibilidade na escolha entre diferentes áreas de conhecimento. As escolas são obrigadas a oferecer pelo menos dois itinerários, com implementação gradual e prazo até 2026 para universalização.

A carga horária total foi estabelecida em 3.000 horas mínimas nos três anos para o ensino regular, distribuídas em 1.000 horas por ano. Para o ensino integral, a meta é ampliação gradual conforme o Plano Nacional de Educação, objetivando 7 horas diárias de atividades escolares, com flexibilidade para que estados adequem à realidade local.

O cronograma de implementação atualizado prevê que em 2025 a implementação seja obrigatória para novos ingressantes do 1º ano, com flexibilidade para que estados iniciem em 2025 ou 2026, incluindo regras específicas para estudantes já matriculados. Em 2026, haverá universalização com todas as escolas devendo oferecer o novo modelo, mínimo de dois itinerários por escola, e primeiros resultados do SAEB no novo formato.

Os Caminhos da Formação: Itinerários Formativos

Os Itinerários Formativos constituem a parte flexível do currículo, permitindo que estudantes aprofundem conhecimentos em áreas de seu interesse e desenvolvam competências específicas para o mundo do trabalho ou para o prosseguimento dos estudos. Esta inovação representa uma mudança paradigmática na educação brasileira, oferecendo aos jovens a possibilidade de personalizar sua formação de acordo com seus talentos, interesses e projetos de vida.

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Itinerário de Linguagens e suas Tecnologias

Foco em comunicação, expressão artística e tecnologias digitais. Seus componentes típicos incluem produção textual avançada, literatura contemporânea, comunicação digital, artes visuais e performáticas, e línguas estrangeiras aplicadas. As competências desenvolvidas abrangem comunicação eficaz em diferentes contextos, pensamento crítico sobre linguagens, criatividade e expressão artística, e letramento digital avançado.

Itinerário Matemática e suas Tecnologias

Concentra-se no raciocínio lógico, resolução de problemas e aplicações tecnológicas. Os estudantes trabalham com matemática aplicada, estatística e probabilidade, programação e algoritmos, modelagem matemática, e matemática financeira. Este itinerário desenvolve pensamento analítico, resolução de problemas complexos, uso de tecnologias matemáticas, e interpretação de dados.

Itinerário Ciências da Natureza e suas Tecnologias

Enfatiza investigação científica e aplicações tecnológicas através de projetos de investigação científica, biotecnologia, sustentabilidade ambiental, física aplicada, e química experimental. As competências desenvolvidas incluem domínio do método científico, pensamento investigativo, consciência ambiental, e capacidade de inovação tecnológica.

Itinerário Ciências Humanas e Sociais Aplicadas

Busca a compreensão da sociedade e cidadania ativa por meio de sociologia contemporânea, direitos humanos, economia e sociedade, geografia urbana, e história do tempo presente. Este itinerário desenvolve pensamento crítico social, cidadania ativa, compreensão de processos históricos, e análise de problemas sociais.

A Formação Técnica e Profissional

Prepara para o mundo do trabalho através de cursos técnicos integrados, qualificação profissional, certificações específicas, e empreendedorismo. As competências desenvolvidas incluem habilidades técnicas específicas, empreendedorismo, ética profissional, e adaptabilidade no trabalho.

Transversal a todos os itinerários

O Projeto de Vida é um componente obrigatório que promove autoconhecimento e desenvolvimento pessoal, planejamento de futuro acadêmico e profissional, desenvolvimento socioemocional, e preparação para escolhas conscientes. As metodologias incluem oficinas de autoconhecimento, orientação vocacional, desenvolvimento de competências socioemocionais, e planejamento de carreira.

A Implementação nas Redes de Ensino

A responsabilidade pela implementação do Novo Ensino Médio é compartilhada entre diferentes níveis de governo e tipos de rede. As redes estaduais devem elaborar planos de implementação, adequar espaços físicos, promover capacitação de professores e gestores, e garantir oferta de pelo menos dois itinerários por escola. As redes municipais precisam articular cooperação com redes estaduais, preparar o ensino fundamental para a transição, e oferecer apoio técnico e financeiro quando necessário. As redes privadas possuem maior flexibilidade na implementação, podem desenvolver propostas diferenciadas, e devem manter padrões elevados de qualidade.

Os desafios da implementação são significativos e multifacetados. A infraestrutura requer laboratórios, oficinas e salas especializadas, equipamentos e tecnologia específicos, e conectividade de internet de qualidade para recursos digitais. Os recursos humanos demandam capacitação para novas metodologias, contratação de professores especializados em itinerários, e coordenação pedagógica especializada. Os recursos financeiros envolvem investimento inicial para adequação de infraestrutura, custeio para manutenção de novos programas, e garantia de sustentabilidade e continuidade.

O Ministério da Educação oferece apoio através de orientações técnicas com documentos orientadores para implementação, formação através de cursos para gestores e professores, e monitoramento com acompanhamento da implementação. Os recursos financeiros incluem o Programa Dinheiro Direto na Escola, recursos específicos do FNDE para o Novo Ensino Médio, e parcerias com organismos internacionais.

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Transformações na Experiência Estudantil

O Novo Ensino Médio promete transformar profundamente a experiência educacional dos jovens brasileiros. A personalização do aprendizado oferece aos estudantes a possibilidade de focar em áreas de interesse, diferentes caminhos formativos, e maior participação nas decisões educacionais. Esta abordagem prepara melhor para o futuro, desenvolvendo competências técnicas e socioemocionais para o mundo do trabalho, melhor preparação para áreas específicas no ensino superior, e formação integral do indivíduo.

O desenvolvimento integral vai além do conhecimento técnico, incluindo competências socioemocionais, planejamento consciente do futuro através do projeto de vida, e capacidade de fazer escolhas autônomas. No entanto, os estudantes enfrentam desafios significativos no processo de escolha, que envolve decisões importantes em idade precoce, necessidade de orientação adequada, e possibilidade de mudança de itinerário quando necessário.

As desigualdades representam um desafio particular, pois nem todas as escolas oferecem todos os itinerários, há diferenças de qualidade entre redes e regiões, e existem barreiras socioeconômicas para algumas opções. A orientação vocacional torna-se fundamental, promovendo autoconhecimento para identificação de interesses e habilidades, informação sobre carreiras e mercado de trabalho, e construção de projeto de vida através de testes vocacionais, palestras com profissionais, visitas técnicas, e mentoria individualizada.

O Impacto na Profissão Docente

O Novo Ensino Médio cria novas demandas profissionais para os professores, exigindo competências em metodologias ativas com ensino centrado no estudante, tecnologia educacional através do uso de recursos digitais, interdisciplinaridade com integração entre áreas, e avaliação formativa com acompanhamento contínuo do aprendizado. A formação continuada torna-se essencial através de cursos específicos para capacitação em itinerários, pós-graduação para especialização em novas áreas, intercâmbio para troca de experiências entre professores, e pesquisa para desenvolvimento de práticas inovadoras.

Os desafios docentes incluem adaptação curricular com novos conteúdos dos itinerários formativos, metodologias mais práticas e aplicadas, instrumentos de avaliação adequados às competências, e trabalho colaborativo entre disciplinas. As condições de trabalho podem envolver possível aumento de demandas na carga horária, necessidade de recursos adequados na infraestrutura, tempo para capacitação, e reconhecimento profissional através da valorização.

Simultaneamente, surgem oportunidades de crescimento através do desenvolvimento profissional com especialização em novas áreas de atuação, liderança na coordenação de projetos, inovação na criação de práticas pedagógicas, e pesquisa em investigação educacional. A carreira docente pode se beneficiar de progressão com novas funções e responsabilidades, reconhecimento pela valorização de competências, networking através da ampliação de contatos profissionais, e empreendedorismo com oportunidades de consultoria.

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Experiências Estaduais Pioneiras

As experiências dos estados pioneiros oferecem lições valiosas para a implementação nacional. O Ceará iniciou como estado piloto em 2019, focando em escolas de tempo integral, alcançando melhoria nos indicadores educacionais, mas enfrentando desafios na adequação de infraestrutura. Goiás adotou estratégia de implementação gradual por regiões, estabeleceu parcerias com o setor privado, fez uso intensivo de tecnologia, e realizou monitoramento contínuo dos resultados.

O Paraná desenvolveu abordagem de qualificação profissional integrada, investiu em laboratórios, promoveu capacitação massiva de professores, e conseguiu aumento da permanência escolar. Essas experiências demonstram a importância do planejamento através de diagnóstico da situação atual, estabelecimento de metas claras e mensuráveis, implementação gradual, e planejamento financeiro adequado.

A execução bem-sucedida requer escolas experimentais como piloto, ampliação gradual, monitoramento contínuo, e ajustes baseados na experiência. A avaliação deve incluir indicadores de sucesso, feedback da comunidade escolar, impacto no aprendizado, e garantia de sustentabilidade.

Avaliação e Monitoramento da Reforma

O Sistema de Avaliação da Educação Básica está sendo adaptado para o Novo Ensino Médio, incluindo avaliação de competências além do conhecimento factual, instrumentos específicos por área para itinerários, indicadores de desenvolvimento pessoal para projeto de vida, e consideração das especificidades regionais. O cronograma prevê primeira aplicação adaptada em 2025, avaliação completa do novo modelo em 2027, acompanhamento bienal, e resultados como subsídios para ajustes.

Os indicadores de qualidade incluem aspectos quantitativos como percentual de estudantes que completam o ensino médio, redução do abandono escolar, melhoria na progressão, e ingresso em universidades. Os aspectos qualitativos abrangem opinião de estudantes e professores, desenvolvimento de habilidades, clareza sobre objetivos futuros, e participação social e política.

O monitoramento contínuo utiliza instrumentos como pesquisas com comunidade escolar, visitas técnicas às escolas, informações dos sistemas administrativos, e acompanhamento de coortes estudantis. A periodicidade inclui dados básicos mensais de matrícula e frequência, avaliação semestral de desempenho, relatórios anuais completos, e avaliações externas bienais.

Críticas e Controvérsias na Implementação

O Novo Ensino Médio não está isento de críticas e controvérsias. A principal preocupação refere-se à possível redução da formação geral, com argumentos sobre diminuição da carga horária de disciplinas básicas e preocupação com formação menos abrangente. A resposta oficial mantém 2.400 horas obrigatórias, mas o debate continua sobre qualidade versus quantidade.

A desigualdade de oportunidades representa outro ponto crítico, com oferta limitada de itinerários em algumas regiões, consequente redução de opções para estudantes, e propostas de soluções através de parcerias e ensino a distância. O desafio permanece na garantia de equidade nacional.

A preparação para o ENEM gera questões sobre adequação do novo currículo ao exame, preocupação com impacto no acesso ao ensino superior, necessidade de adaptação no formato do ENEM, e período de transição necessário. A formação docente apresenta desafios de capacitação adequada dos professores, tempo insuficiente para formação, necessidade de investimento em recursos para capacitação, e garantia de qualidade na formação.

Os posicionamentos da comunidade educacional dividem-se entre favoráveis, que destacam flexibilidade na adequação aos interesses dos estudantes, modernização com alinhamento às demandas contemporâneas, protagonismo com maior participação estudantil, e melhor preparação para o trabalho. Os contrários apontam fragmentação com perda da formação integral, elitização beneficiando apenas alguns grupos, condições inadequadas de implementação, e falta de evidências de eficácia.

Pesquisas acadêmicas de universidades, institutos e organizações estão produzindo estudos sobre implementação, análises de impacto, e monitoramento independente, com resultados ainda em construção. Experiências internacionais da Finlândia com modelo de flexibilização curricular, Austrália com sistema de escolhas no ensino médio, e França com reforma do baccalauréat oferecem lições para adaptação à realidade brasileira.

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Benefícios e Oportunidades da Transformação

Para os estudantes, o desenvolvimento pessoal inclui autoconhecimento para identificação de talentos e interesses, autonomia na capacidade de fazer escolhas, responsabilidade no protagonismo da própria formação, e maturidade através do desenvolvimento de competências socioemocionais. A preparação profissional oferece competências técnicas e habilidades específicas para o trabalho, melhor empregabilidade e inserção no mercado, capacidade de criar negócios através do empreendedorismo, e flexibilidade para adaptação a mudanças.

O acesso ao ensino superior beneficia-se de preparação específica com foco em áreas de interesse, desenvolvimento de competências além do conhecimento factual, clareza sobre objetivos através do projeto de vida, e múltiplos caminhos formativos disponíveis.

Para as escolas, a inovação pedagógica inclui práticas mais dinâmicas através de novas metodologias, uso de recursos digitais com tecnologia, aprendizagem baseada em problemas através de projetos, e integração entre áreas com interdisciplinaridade. A gestão escolar beneficia-se de flexibilidade para adequação às demandas locais, cooperação com outros setores através de parcerias, captação de investimentos, e valorização da qualidade com reconhecimento.

A comunidade escolar experimenta maior participação das famílias através de engajamento, melhoria do clima escolar com satisfação, indicadores mais positivos nos resultados, e garantia de continuidade com sustentabilidade.

Para a sociedade, o desenvolvimento econômico resulta de mão de obra mais preparada através de qualificação, capacidade de criar soluções com inovação, melhoria da competitividade com produtividade, e redução das desigualdades através de inclusão. A cidadania fortalece-se com engajamento social e político através de participação, compreensão dos problemas sociais com consciência, valores para a convivência através de ética, e responsabilidade ambiental com sustentabilidade.

Perspectivas e Cenários Futuros

As tendências educacionais apontam para personalização através de inteligência artificial com adaptação às necessidades individuais, análise de dados para acompanhamento personalizado, recursos adaptativos com materiais que se ajustam ao estudante, e orientação individualizada através de mentoria. A tecnologia avança com realidade virtual oferecendo experiências imersivas de aprendizado, gamificação através do uso de jogos na educação, plataformas digitais como ambientes virtuais de aprendizagem, e conectividade com acesso universal à internet.

As competências do século XXI incluem pensamento crítico para análise e síntese de informações, criatividade com capacidade de inovar, colaboração através de trabalho em equipe, e comunicação com expressão eficaz.

Os desafios futuros envolvem sustentabilidade através de garantia de recursos contínuos, manutenção de padrões elevados de qualidade, redução das desigualdades para equidade, e atualização constante com inovação. A avaliação requer desenvolvimento de novas formas de avaliação através de instrumentos adequados, medição de habilidades complexas para competências, informações para melhoria contínua através de feedback, e padrões nacionais e internacionais para comparabilidade.

A formação docente demanda continuidade através de formação permanente, excelência na capacitação com qualidade, práticas pedagógicas avançadas através de inovação, e reconhecimento profissional com valorização.

O cenário otimista para o futuro prevê implementação bem-sucedida com melhoria dos indicadores educacionais, maior permanência na escola através de redução da evasão, formação integral dos estudantes com qualidade, e redução das desigualdades através de equidade. O cenário pessimista considera implementação problemática com dificuldades na execução, ampliação das diferenças regionais através de desigualdades, redução da formação geral com qualidade comprometida, e oposição da comunidade educacional através de resistência.

O cenário realista projeta implementação gradual com ajustes contínuos necessários, resultados mistos com sucessos e desafios, melhoria baseada na experiência através de aprendizado, e garantia de continuidade com adaptações para sustentabilidade.

Orientações Práticas para a Transição

Para estudantes, a escolha do itinerário deve começar com autoconhecimento para identificar interesses e habilidades, pesquisa para conhecer as opções disponíveis na escola, orientação através de ajuda de professores e orientadores, e flexibilidade mantendo-se aberto a mudanças. O aproveitamento das oportunidades requer participação ativa em projetos e atividades, construção de relacionamentos com colegas e professores através de networking, busca de estágios e atividades extracurriculares como experiências, e desenvolvimento do projeto de vida através de planejamento.

Pais e responsáveis devem focar no acompanhamento mantendo-se atualizados sobre as mudanças, conversando com seus filhos sobre as escolhas através de diálogo, oferecendo suporte emocional e prático, e colaborando com a escola através de parceria. A orientação inclui compreender os interesses do jovem através de escuta ativa, ajudar a conhecer as opções disponíveis através de pesquisa, proporcionar vivências diversificadas como experiências, e respeitar o tempo de decisão com paciência.

Professores devem se preparar buscando capacitação específica através de formação, desenvolvendo práticas inovadoras com metodologias, incorporando recursos digitais através de tecnologia, e trabalhando em equipe através de colaboração. A prática pedagógica deve colocar o aluno no centro através de protagonismo estudantil, desenvolver aprendizagem aplicada através de projetos, acompanhar o progresso continuamente através de avaliação formativa, e adaptar-se às necessidades através de flexibilidade.

Gestores escolares precisam planejar analisando a situação atual da escola através de diagnóstico, planejando investimentos necessários em recursos, preparando professores e funcionários através de equipe, e envolvendo pais e estudantes na comunidade. A implementação deve ocorrer por etapas através de gradualidade, acompanhando os resultados através de monitoramento, fazendo correções necessárias através de ajustes, e mantendo todos informados através de comunicação.

Conclusão

O Novo Ensino Médio representa uma transformação profunda e necessária na educação brasileira. Com a Lei 14.945/2024, o país busca equilibrar a flexibilização curricular com a garantia de uma formação sólida e abrangente para todos os estudantes. Esta reforma, que começou a ser implementada de forma mais estruturada a partir de 2025, traz tanto oportunidades quanto desafios significativos que demandam atenção cuidadosa de toda a comunidade educacional.

As mudanças introduzidas, desde a reorganização da carga horária até a criação dos itinerários formativos, visam tornar o ensino médio mais atrativo, relevante e alinhado com as demandas do século XXI. A possibilidade de os estudantes escolherem áreas de aprofundamento, combinada com uma formação geral básica robusta, pode contribuir significativamente para reduzir a evasão escolar e melhorar a qualidade da educação brasileira.

No entanto, o sucesso desta reforma depende fundamentalmente da qualidade de sua implementação. É essencial que as redes de ensino invistam adequadamente em infraestrutura, formação docente e recursos pedagógicos. Além disso, é crucial garantir que todos os estudantes, independentemente de sua origem socioeconômica ou localização geográfica, tenham acesso a itinerários formativos de qualidade, evitando que a reforma amplie as desigualdades educacionais existentes.

Os próximos anos serão decisivos para avaliar os impactos reais do Novo Ensino Médio. É importante que a comunidade educacional mantenha um olhar crítico e construtivo, contribuindo para os ajustes necessários e garantindo que esta reforma cumpra seu objetivo de melhorar a educação brasileira. O monitoramento contínuo, a avaliação baseada em evidências e a disposição para fazer correções de rota serão fundamentais para o sucesso da iniciativa.

Para estudantes, pais, professores e gestores, o momento é de preparação, adaptação e engajamento ativo. O Novo Ensino Médio não é apenas uma mudança curricular, mas uma oportunidade histórica de repensar a educação e construir um futuro mais promissor para os jovens brasileiros. O caminho não será isento de desafios, mas com planejamento adequado, investimento direcionado e colaboração entre todos os atores envolvidos, é possível transformar esta reforma em um marco positivo para a educação nacional.

A experiência dos estados pioneiros demonstra que, apesar das dificuldades, é possível implementar mudanças significativas quando há comprometimento, recursos adequados e acompanhamento sistemático. As lições aprendidas nestes primeiros anos de implementação serão valiosas para aperfeiçoar o modelo e garantir que ele atenda efetivamente às necessidades dos estudantes brasileiros.

Para aprofundar seus conhecimentos sobre educação e políticas públicas, recomendamos a leitura de outros artigos do Mapeando Conhecimentos sobre sistema educacional brasileiro, políticas educacionais e desenvolvimento humano. Cada tema oferece perspectivas complementares para compreender os desafios educacionais contemporâneos e as transformações em curso na educação nacional.

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Referências

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