A história de Israel é uma das mais complexas e fascinantes do mundo, marcada por fé, conflitos, exílios e um retorno milagroso à sua terra ancestral. Desde as promessas feitas a Abraão há 4.000 anos até a tecnológica nação de hoje, a jornada do povo judeu moldou três das maiores religiões do mundo e continua a ser um ponto central na geopolítica global. Este artigo explora os principais períodos e eventos que definem a rica e turbulenta história de Israel.
Tópicos deste artigo

Origens: Os Patriarcas e a Promessa (c. 2000-1500 a.C.)
A história de Israel começa com um chamado divino a um homem chamado Abraão, que vivia em Ur dos Caldeus (atual Iraque). Deus prometeu a Abraão uma terra, uma grande descendência e que através dele todas as nações seriam abençoadas (Gênesis 12:1-3). Esta Aliança Abraâmica é o fundamento da conexão do povo judeu com a Terra de Israel. Abraão e seus descendentes, Isaque e Jacó (cujo nome foi mudado para Israel), viveram como seminômades em Canaã, a terra prometida.
Jacó teve doze filhos, que se tornaram os progenitores das doze tribos de Israel. Uma grande fome forçou a família a migrar para o Egito, onde foram acolhidos por José, um dos filhos de Jacó que havia sido vendido como escravo e se tornado governador. Os israelitas prosperaram no Egito por cerca de 400 anos, mas acabaram sendo escravizados por um faraó que temia seu crescente número.
Êxodo, Lei e Conquista (c. 1250-1200 a.C.)
Liderados por Moisés, os israelitas foram libertados da escravidão no Egito em um evento conhecido como o Êxodo, um marco na identidade judaica. Após a milagrosa travessia do Mar Vermelho, eles peregrinaram pelo deserto do Sinai por 40 anos. Durante esse tempo, no Monte Sinai, Deus entregou a Moisés a Torá, incluindo os Dez Mandamentos, estabelecendo as leis morais, civis e religiosas que governariam a nação.
Após a morte de Moisés, Josué liderou a nova geração na conquista de Canaã. A queda de Jericó marcou o início de uma campanha militar que estabeleceu a presença israelita na terra. O território foi então dividido entre as doze tribos, iniciando um período de confederação tribal.
O Período dos Juízes e a Monarquia (c. 1200-930 a.C.)
Durante o Período dos Juízes, as tribos de Israel eram governadas por líderes carismáticos chamados juízes, que surgiam em tempos de crise para libertar o povo de opressores vizinhos, como os filisteus. Este período foi marcado por um ciclo de apostasia, opressão, arrependimento e libertação. Figuras como Débora, Gideão e Sansão destacaram-se como líderes militares e espirituais.
Cansado da instabilidade e desejando ser “como as outras nações”, o povo pediu um rei. Samuel, o último juiz, ungiu Saul como o primeiro rei de Israel (c. 1050 a.C.). Seu reinado foi seguido pelo de Davi (c. 1010-970 a.C.), que conquistou Jerusalém, fez dela a capital e estabeleceu uma dinastia. O reinado de Davi é considerado a “idade de ouro” de Israel. Seu filho, Salomão (c. 970-930 a.C.), construiu o Primeiro Templo em Jerusalém, um magnífico centro de adoração, mas seu reinado opressivo e sua tolerância à idolatria plantaram as sementes da divisão.

Reino Dividido, Exílio e Retorno (930-538 a.C.)
Após a morte de Salomão, em 930 a.C., o reino se dividiu. Dez tribos ao norte formaram o Reino de Israel, com capital em Samaria, enquanto as tribos de Judá e Benjamim ao sul formaram o Reino de Judá, com capital em Jerusalém. O Reino do Norte, marcado pela idolatria e instabilidade política, foi conquistado pelo Império Assírio em 722 a.C., e sua população foi exilada e dispersa, tornando-se as “Dez Tribos Perdidas”.
O Reino de Judá sobreviveu por mais um século e meio, mas também caiu em pecado. Em 586 a.C., o rei babilônico Nabucodonosor II conquistou Jerusalém, destruiu o Templo de Salomão e exilou a elite judaica para a Babilônia. O Exílio Babilônico, que durou cerca de 70 anos, foi um período de profundo luto e reflexão teológica, onde a identidade judaica foi preservada através da fé e da esperança profética de um retorno.
Em 538 a.C., Ciro, o Grande, da Pérsia, conquistou a Babilônia e emitiu um édito permitindo que os judeus retornassem a Judá e reconstruíssem seu Templo. Liderados por Zorobabel, Esdras e Neemias, os judeus retornaram em ondas, reconstruíram o Segundo Templo (concluído em 516 a.C.) e os muros de Jerusalém, e reafirmaram sua identidade em torno da Torá.
Dominação Estrangeira: Gregos e Romanos (332 a.C. – 135 d.C.)
A Judeia permaneceu sob domínio persa até a conquista de Alexandre, o Grande, em 332 a.C., que introduziu a cultura helenística na região. Após sua morte, a Judeia foi disputada por seus sucessores, os Ptolomeus do Egito e os Selêucidas da Síria. A opressão do rei selêucida Antíoco IV Epifânio, que profanou o Templo, levou à Revolta dos Macabeus em 167 a.C. A revolta resultou em um breve período de independência sob a dinastia Asmoneia.
Em 63 a.C., o general romano Pompeu conquistou Jerusalém, e a Judeia tornou-se um estado cliente de Roma. Foi nesse contexto de ocupação romana que Jesus de Nazaré nasceu (c. 4 a.C.). Seu ministério, crucificação e ressurreição, eventos centrais do Cristianismo, ocorreram sob o governo romano. A crescente tensão entre judeus e romanos culminou na Primeira Revolta Judaica (66-73 d.C.). A revolta foi esmagada, e em 70 d.C., as legiões romanas sob o comando de Tito destruíram Jerusalém e o Segundo Templo.

Uma segunda revolta, liderada por Simão Bar Kokhba (132-135 d.C.), também foi brutalmente reprimida. O imperador Adriano baniu os judeus de Jerusalém e renomeou a província para “Síria Palestina”, em uma tentativa de apagar a conexão judaica com a terra.
A Longa Diáspora (135 – 1948)
A destruição do Templo e a expulsão de Jerusalém marcaram o início de quase 2.000 anos de diáspora, com os judeus espalhados pelo mundo. Apesar da dispersão, eles mantiveram uma forte identidade cultural e religiosa, com a esperança de um dia retornar a Sião. Ao longo dos séculos, a terra de Israel foi governada por bizantinos, árabes, cruzados, mamelucos e otomanos.
No final do século XIX, em resposta ao crescente antissemitismo na Europa, surgiu o movimento sionista, liderado por Theodor Herzl. O sionismo defendia o estabelecimento de um lar nacional para o povo judeu na sua terra ancestral. O Holocausto, o genocídio de seis milhões de judeus durante a Segunda Guerra Mundial, deu um impulso trágico e urgente à causa sionista.
O Renascimento Moderno: O Estado de Israel (1948 – Presente)
Em 29 de novembro de 1947, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou um plano para a partilha da Palestina em dois estados, um árabe e um judeu. Em 14 de maio de 1948, David Ben-Gurion proclamou a independência do Estado de Israel. No dia seguinte, exércitos de cinco países árabes invadiram o novo estado, dando início à Guerra de Independência de Israel. Israel sobreviveu e, desde então, enfrentou várias guerras, incluindo a Guerra dos Seis Dias (1967) e a Guerra do Yom Kippur (1973).
Apesar dos conflitos contínuos, Israel tornou-se uma nação próspera e democrática, um líder global em tecnologia e inovação, e um centro de cultura e fé. A história de Israel é um testemunho da resiliência de um povo e do cumprimento de antigas profecias, uma saga que continua a se desenrolar nos dias de hoje.

Linha do Tempo da História de Israel
| Período | Evento Principal | Data Aproximada |
| Patriarcas | Chamado de Abraão | c. 2000 a.C. |
| Êxodo | Libertação do Egito | c. 1250 a.C. |
| Monarquia | Reinado de Davi | c. 1010-970 a.C. |
| Reino Dividido | Divisão do Reino | 930 a.C. |
| Exílio | Destruição do Primeiro Templo | 586 a.C. |
| Retorno | Édito de Ciro | 538 a.C. |
| Período Romano | Nascimento de Jesus | c. 4 a.C. |
| Diáspora | Destruição do Segundo Templo | 70 d.C. |
| Estado Moderno | Independência de Israel | 1948 d.C. |
Perguntas Frequentes (FAQ)
Qual a diferença entre hebreu, israelita e judeu?
•Hebreu: Refere-se aos descendentes de Abraão, um termo mais antigo.
•Israelita: Refere-se aos descendentes de Jacó (Israel), membros das doze tribos.
•Judeu: Originalmente um membro da tribo de Judá, o termo passou a ser usado para todos os israelitas após o exílio.
Por que Jerusalém é tão importante?
Jerusalém é sagrada para judeus, cristãos e muçulmanos. Para os judeus, é a cidade de Davi e o local dos dois Templos. Para os cristãos, é onde Jesus foi crucificado e ressuscitou. Para os muçulmanos, é o local da ascensão de Maomé ao céu.
O que é o sionismo?
O sionismo é um movimento político e nacionalista que surgiu no século XIX com o objetivo de estabelecer um lar nacional para o povo judeu na Terra de Israel. Existem outros tipos de sionismo que estão detalhados em nosso artigo específico.
Por que há um conflito entre israelenses e palestinos?
O conflito tem raízes complexas, envolvendo disputas territoriais, nacionalismo, reivindicações históricas e religiosas. A partilha da Palestina em 1947 e as guerras subsequentes criaram o problema dos refugiados palestinos e a ocupação de territórios, que são os pontos centrais da disputa
Conclusão
A história de Israel é uma tapeçaria rica tecida com fios de fé, exílio, perseguição e redenção. É uma história que não pertence apenas ao povo judeu, mas a toda a humanidade, pois influenciou profundamente o curso da civilização ocidental. Compreender essa história é essencial para entender o mundo em que vivemos hoje.
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REFERÊNCIAS
Respostas Bíblicas. [A história de Israel: de Abraão aos dias atuais](https://www.respostas.com.br/historia-de-israel/ ). Acesso em dezembro de 2024.
[2] Moreshet Israel. (https://www.moreshetisrael.com/cronologia-de-israel/ ). Acesso em dezembro de 2024.
[3] National Geographic Brasil. [Como foi criado o Estado de Israel?](https://www.nationalgeographicbrasil.com/historia/2023/10/como-foi-criado-o-estado-de-israel ). Outubro de 2023.
[4] Brasil Escola. (https://brasilescola.uol.com.br/historiag/a-criacao-estado-israel.htm ). Acesso em dezembro de 2025.
[5] Stand With Us. (https://standwithus.com/library/booklets/linha-do-tempo-de-israel/ ). Novembro de 2025.