Na evolução da educação contemporânea, a Pirâmide de Aprendizagem, idealizada por William Glasser(1925-2013), se destaca como uma abordagem pedagógica interessante.
Glasser foi um psiquiatra americano que se destacou pelo desenvolvimento da “Teoria da Escolha” e sua aplicação na educação. Segundo essa teoria, afirmava-se que nenhum ser humano é completamente desmotivado.
Ele acreditava que todos nós temos a capacidade inata de aprender, utilizando canais internos que nos permitem explorar o conhecimento. Essa abordagem enfatiza a importância da liberdade pessoal no processo de aprendizado, destacando que a motivação para estudar está relacionada à nossa capacidade de fazer escolhas conscientes e autônomas.
Além disso, sua teoria visa evidenciar os diferentes níveis de retenção de aprendizagem de um indivíduo, demonstrando que a eficácia do aprendizado é diretamente influenciada pela maneira com que os alunos se relacionam com o conteúdo.
Glasser propõe que, à medida que os estudantes se envolvem de forma ativa e participativa na construção do conhecimento, a retenção diminui ou aumenta, variando conforme os métodos utilizados.
A aplicação da Pirâmide de Aprendizagem é particularmente relevante na Educação 5.0, que visa integrar tecnologia e humanização na formação de cidadãos críticos e preparados para os desafios do futuro.
Para uma melhor compreensão sobre a educação 5.0 recomendamos a leitura do artigo A Evolução da Educação: Da 1.0 à 5.0 e Seus Impactos no Aprendizado Moderno.
O uso adequado da tecnologia pode promover a autonomia dos alunos, oferecendo maior acesso a informações e recursos que facilitam a busca do conhecimento de forma independente.
Nesse sentido, é fundamental discutir as práticas pedagógicas e as estratégias de aprendizagem que contribuem para o desenvolvimento dessa autonomia. A seguir, abordaremos algumas dessas práticas que podem transformar a experiência educacional e potencializar o aprendizado dos estudantes.
Tópicos deste artigo
Sala de Aula Invertida
A sala de aula invertida é uma abordagem pedagógica que busca transformar a dinâmica tradicional de ensino. Nessa prática, parte das aulas expositivas é substituída por conteúdos disponibilizados online, permitindo que os alunos acessem o material do curso por meio de um ambiente virtual de aprendizagem, sem a necessidade de estarem fisicamente presentes na sala de aula.
Quando os estudantes chegam à aula presencial, já têm um conhecimento prévio sobre o tema, pois estudaram o material antecipadamente. Durante as aulas, eles têm a oportunidade de discutir o que aprenderam com o instrutor e com os colegas. Essa interação possibilita que os alunos compartilhem suas ideias e experiências, promovendo um ambiente colaborativo que favorece uma aprendizagem significativa.
Dessa forma, a sala de aula invertida não apenas estimula a autonomia dos alunos, mas também fortalece a troca de conhecimentos, enriquecendo o aprendizado coletivo.
Cultura Maker: Aprendendo na Prática
A Cultura Maker, que pode ser traduzida como “faça você mesmo”, promove uma abordagem prática para o aprendizado. Nela, os alunos se envolvem em atividades que vão além da teoria, como a construção de materiais, a elaboração de projetos e a investigação em campo, interagindo diretamente com o objeto de estudo.
Essa metodologia não só estimula a autonomia e o protagonismo dos alunos, mas também amplia a criatividade, tornando as atividades do curso mais dinâmicas e interessantes.

O Movimento Maker é fundamentado em quatro pilares essenciais:
- Criatividade: Incentiva os alunos a pensar fora da caixa e desenvolver soluções inovadoras.
- Colaboratividade: Promove o trabalho em grupo, onde os estudantes aprendem a compartilhar ideias e recursos.
- Sustentabilidade: Foca em práticas que respeitam o meio ambiente, incentivando a responsabilidade social.
- Escalabilidade: Permite que as ideias e projetos possam ser ampliados e adaptados a diferentes contextos.
Com esses princípios, a Cultura Maker transforma a educação em uma experiência ativa e envolvente, preparando os alunos para os desafios do mundo atual.
Ensino Híbrido
O Ensino Híbrido é um modelo educacional que une as metodologias de ensino presencial e a distância. Essa abordagem permite que os alunos participem de aulas com o instrutor e seus colegas em um ambiente físico, ao mesmo tempo em que desenvolvem atividades de forma autônoma, utilizando recursos digitais fora da sala de aula.
Essa combinação de métodos não só amplia o acesso aos conteúdos do curso, mas também estimula o pensamento crítico dos alunos. Ao permitir que os estudantes façam conexões entre teoria e prática, o ensino híbrido promove uma aprendizagem mais dinâmica e envolvente, preparando-os de maneira eficaz para os desafios do mundo contemporâneo.
Aprendizagem baseada em projetos
A Aprendizagem Baseada em Projetos (ABP) é uma metodologia que incentiva os alunos a desenvolverem projetos com o objetivo de resolver problemas práticos. Nesse contexto, os estudantes se envolvem ativamente na criação de um plano de ação, por meio de pesquisas, formulação de hipóteses e discussões em grupo, sempre com a meta de alcançar um objetivo específico.
Esse modelo de aprendizagem não apenas integra teoria e prática, mas também torna o processo educativo mais interessante e significativo. Ao estimular a interação entre os alunos durante as atividades em sala de aula, a ABP promove um ambiente colaborativo, onde os estudantes podem compartilhar ideias e aprender uns com os outros. Dessa forma, eles se tornam protagonistas de sua própria aprendizagem, desenvolvendo habilidades essenciais para o futuro.
REFERÊNCIAS
FELCHER, C. D. O.; FOLMER, V. EDUCAÇÃO 5.0: REFLEXÕES E PERSPECTIVAS PARA SUA IMPLEMENTAÇÃO. Revista Tecnologias Educacionais em Rede (ReTER), p. e5/01-15, 19 out. 2021.GAROFALO, D. Educação 5.0 — o que é e como levá-la à sala de aula. Disponível em: <https://revistaeducacao.com.br/2023/10/27/educacao-5-0-sala-de-aula/>.
HUMUS. Transformação digital na Educação: 5 tendências para 2022. Disponível em: <https://www.humus.com.br/post/transforma%C3%A7%C3%A3o-digital-na-educa%C3%A7%C3%A3o-5-tend%C3%AAncias-para-2022>. Acesso em: 8 abr. 2025.
INFRA. Como aprendemos? | A Teoria da Escolha de William Glasser – Instituto Purunã | Desenvolvimento do turismo sustentável. Disponível em: <https://institutopuruna.com.br/como-aprendemos-a-teoria-da-escolha-de-william-glasser/>. Acesso em: 9 abr. 2025.
Pirâmide de aprendizagem: William Glasser estava certo? Disponível em: <https://www.ludospro.com.br/blog/piramide-de-aprendizagem>.
Pirâmide de aprendizagem: William Glasser estava certo? Disponível em: <https://www.ludospro.com.br/blog/piramide-de-aprendizagem>.
PREFEITURA MUNICIPAL DE BARUERI. Disponível em: <https://www.educbarueri.sp.gov.br/materia/sala-maker-esta-com-inscricoes-abertas-para-alunos-da-rede-municipal>. Acesso em: 27 abr. 2025.