O Novo Ensino Médio representa uma das mais significativas transformações na educação brasileira das últimas décadas. Com a sanção da Lei nº 14.945/2024, em 31 de julho de 2024, o sistema educacional brasileiro passou por uma reestruturação que afeta diretamente milhões de estudantes, professores e famílias em todo o país.
Esta reforma, que começou a ser implementada gradualmente a partir de 2022, ganhou novos contornos com as alterações aprovadas em 2024, estabelecendo diretrizes mais claras para a implementação a partir de 2025. A nova legislação busca equilibrar as demandas por flexibilização curricular com a necessidade de garantir uma formação sólida e abrangente para todos os estudantes.
Compreender essas mudanças é fundamental para estudantes que estão ingressando no ensino médio, pais que acompanham a trajetória educacional de seus filhos, professores que precisam se adaptar às novas metodologias e gestores educacionais responsáveis pela implementação nas escolas. Este guia completo apresenta todas as informações atualizadas sobre o Novo Ensino Médio, suas implicações práticas e os desafios da implementação.
Tópicos deste artigo

Histórico e Evolução da Reforma
Origens da Reforma: Lei 13.415/2017
A reforma do ensino médio teve início com a Lei nº 13.415, de 16 de fevereiro de 2017, que alterou a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Esta primeira versão da reforma foi motivada por diversos fatores:
Problemas Identificados no Ensino Médio Tradicional:
•Altos índices de evasão: Cerca de 1,3 milhão de jovens entre 15 e 17 anos fora da escola
•Baixo desempenho: Resultados insatisfatórios em avaliações nacionais e internacionais
•Currículo rígido: Falta de flexibilidade para atender diferentes perfis de estudantes
•Desconexão com o mercado de trabalho: Formação pouco alinhada com demandas contemporâneas
A Reestruturação: Lei 14.945/2024
Após anos de implementação e debates, a Lei nº 14.945/2024 trouxe importantes ajustes à reforma original, respondendo a críticas e demandas da comunidade educacional:
Principais Motivações para a Reestruturação:
•Feedback da implementação: Experiências dos estados pioneiros revelaram necessidade de ajustes
•Pressões da comunidade educacional: Críticas de professores, estudantes e especialistas
•Necessidade de maior clareza: Definições mais precisas sobre carga horária e itinerários
•Garantia de qualidade: Assegurar formação básica sólida para todos os estudantes
Lei 14.945/2024: O Que Mudou Efetivamente
Estrutura Curricular Reformulada
A nova lei estabelece uma divisão mais clara entre Formação Geral Básica (FGB) e Itinerários Formativos:
Formação Geral Básica (FGB):
•Carga horária: 2.400 horas obrigatórias (80% do total)
•Componentes: Todas as disciplinas tradicionais da BNCC
•Distribuição: Português e Matemática obrigatórios nos três anos
•Objetivo: Garantir formação comum a todos os estudantes
Itinerários Formativos:
•Carga horária: 600 horas (20% do total)
•Flexibilidade: Escolha entre diferentes áreas de conhecimento
•Obrigatoriedade: Escolas devem oferecer pelo menos dois itinerários
•Implementação: Gradual, com prazo até 2026
Mudanças na Carga Horária
Ensino Regular:
•Total: 3.000 horas mínimas nos três anos
•Distribuição anual: 1.000 horas por ano
•FGB: 2.400 horas (800 horas/ano)
•Itinerários: 600 horas (200 horas/ano)
Ensino Integral:
•Meta: Ampliação gradual conforme PNE
•Objetivo: 7 horas diárias de atividades escolares
•Flexibilidade: Estados podem adequar à realidade local
Cronograma de Implementação Atualizado
2025 – Início da Nova Fase:
•Obrigatoriedade: Implementação para novos ingressantes do 1º ano
•Flexibilidade: Estados podem iniciar em 2025 ou 2026
•Transição: Regras específicas para estudantes já matriculados
2026 – Implementação Completa:
•Universalização: Todas as escolas devem oferecer o novo modelo
•Itinerários: Mínimo de dois itinerários por escola
•Avaliação: Primeiros resultados do SAEB no novo formato
Itinerários Formativos: Estrutura e Funcionamento
Definição e Objetivos
Os Itinerários Formativos constituem a parte flexível do currículo, permitindo que estudantes aprofundem conhecimentos em áreas de seu interesse e desenvolvam competências específicas para o mundo do trabalho ou para o prosseguimento dos estudos.
Tipos de Itinerários Formativos
1. Linguagens e suas Tecnologias
Foco: Comunicação, expressão artística e tecnologias digitais
Componentes Típicos:
•Produção textual avançada
•Literatura contemporânea
•Comunicação digital
•Artes visuais e performáticas
•Línguas estrangeiras aplicadas
Competências Desenvolvidas:
•Comunicação eficaz em diferentes contextos
•Pensamento crítico sobre linguagens
•Criatividade e expressão artística
•Letramento digital avançado

2. Matemática e suas Tecnologias
Foco: Raciocínio lógico, resolução de problemas e aplicações tecnológicas
Componentes Típicos:
•Matemática aplicada
•Estatística e probabilidade
•Programação e algoritmos
•Modelagem matemática
•Matemática financeira
Competências Desenvolvidas:
•Pensamento analítico
•Resolução de problemas complexos
•Uso de tecnologias matemáticas
•Interpretação de dados
3. Ciências da Natureza e suas Tecnologias
Foco: Investigação científica e aplicações tecnológicas
Componentes Típicos:
•Projetos de investigação científica
•Biotecnologia
•Sustentabilidade ambiental
•Física aplicada
•Química experimental
Competências Desenvolvidas:
•Método científico
•Pensamento investigativo
•Consciência ambiental
•Inovação tecnológica
4. Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Foco: Compreensão da sociedade e cidadania ativa
Componentes Típicos:
•Sociologia contemporânea
•Direitos humanos
•Economia e sociedade
•Geografia urbana
•História do tempo presente
Competências Desenvolvidas:
•Pensamento crítico social
•Cidadania ativa
•Compreensão de processos históricos
•Análise de problemas sociais
5. Formação Técnica e Profissional
Foco: Preparação para o mundo do trabalho
Modalidades:
•Cursos técnicos integrados
•Qualificação profissional
•Certificações específicas
•Empreendedorismo
Competências Desenvolvidas:
•Habilidades técnicas específicas
•Empreendedorismo
•Ética profissional
•Adaptabilidade no trabalho

Projeto de Vida
Componente transversal obrigatório em todos os itinerários:
Objetivos:
•Autoconhecimento e desenvolvimento pessoal
•Planejamento de futuro acadêmico e profissional
•Desenvolvimento socioemocional
•Preparação para escolhas conscientes
Metodologias:
•Oficinas de autoconhecimento
•Orientação vocacional
•Desenvolvimento de competências socioemocionais
•Planejamento de carreira
Implementação nas Redes de Ensino
Responsabilidades dos Sistemas de Ensino
Redes Estaduais:
•Planejamento: Elaboração de planos de implementação
•Infraestrutura: Adequação de espaços físicos
•Formação: Capacitação de professores e gestores
•Oferta: Garantia de pelo menos dois itinerários por escola
Redes Municipais:
•Articulação: Cooperação com redes estaduais
•Ensino Fundamental: Preparação para a transição
•Recursos: Apoio técnico e financeiro quando necessário
Redes Privadas:
•Autonomia: Maior flexibilidade na implementação
•Inovação: Desenvolvimento de propostas diferenciadas
•Qualidade: Manutenção de padrões elevados
Desafios da Implementação
Infraestrutura:
•Espaços físicos: Laboratórios, oficinas e salas especializadas
•Equipamentos: Tecnologia e materiais específicos
•Conectividade: Internet de qualidade para recursos digitais
Recursos Humanos:
•Formação docente: Capacitação para novas metodologias
•Contratação: Professores especializados em itinerários
•Gestão: Coordenação pedagógica especializada
Recursos Financeiros:
•Investimento inicial: Adequação de infraestrutura
•Custeio: Manutenção de novos programas
•Sustentabilidade: Garantia de continuidade
Apoio do MEC
Orientações Técnicas:
•Diretrizes: Documentos orientadores para implementação
•Formação: Cursos para gestores e professores
•Monitoramento: Acompanhamento da implementação
Recursos Financeiros:
•PDDE: Programa Dinheiro Direto na Escola
•FNDE: Recursos específicos para o Novo Ensino Médio
•Parcerias: Cooperação com organismos internacionais
Impactos para Estudantes
Benefícios Esperados
Personalização do Aprendizado:
•Escolha: Possibilidade de focar em áreas de interesse
•Flexibilidade: Diferentes caminhos formativos
•Protagonismo: Maior participação nas decisões educacionais
Preparação para o Futuro:
•Mundo do trabalho: Competências técnicas e socioemocionais
•Ensino superior: Melhor preparação para áreas específicas
•Cidadania: Formação integral do indivíduo
Desenvolvimento Integral:
•Competências: Além do conhecimento técnico
•Projeto de vida: Planejamento consciente do futuro
•Autonomia: Capacidade de fazer escolhas
Desafios para os Estudantes
Processo de Escolha:
•Maturidade: Decisões importantes em idade precoce
•Informação: Necessidade de orientação adequada
•Reversibilidade: Possibilidade de mudança de itinerário
Desigualdades:
•Oferta limitada: Nem todas as escolas oferecem todos os itinerários
•Qualidade variável: Diferenças entre redes e regiões
•Acesso: Barreiras socioeconômicas para algumas opções
Orientação Vocacional
Importância:
•Autoconhecimento: Identificação de interesses e habilidades
•Informação: Conhecimento sobre carreiras e mercado
•Planejamento: Construção de projeto de vida
Estratégias:
•Testes vocacionais: Instrumentos de autoavaliação
•Palestras: Profissionais de diferentes áreas
•Visitas técnicas: Conhecimento prático de profissões
•Mentoria: Acompanhamento individualizado
Impactos para Professores

Novas Demandas Profissionais
Competências Requeridas:
•Metodologias ativas: Ensino centrado no estudante
•Tecnologia educacional: Uso de recursos digitais
•Interdisciplinaridade: Integração entre áreas
•Avaliação formativa: Acompanhamento contínuo do aprendizado
Formação Continuada:
•Cursos específicos: Capacitação para itinerários
•Pós-graduação: Especialização em novas áreas
•Intercâmbio: Troca de experiências entre professores
•Pesquisa: Desenvolvimento de práticas inovadoras
Desafios Docentes
Adaptação Curricular:
•Novos conteúdos: Componentes dos itinerários formativos
•Metodologias: Abordagens mais práticas e aplicadas
•Avaliação: Instrumentos adequados às competências
•Integração: Trabalho colaborativo entre disciplinas
Condições de Trabalho:
•Carga horária: Possível aumento de demandas
•Infraestrutura: Necessidade de recursos adequados
•Formação: Tempo para capacitação
•Valorização: Reconhecimento profissional
Oportunidades de Crescimento
Desenvolvimento Profissional:
•Especialização: Novas áreas de atuação
•Liderança: Coordenação de projetos
•Inovação: Criação de práticas pedagógicas
•Pesquisa: Investigação educacional
Carreira:
•Progressão: Novas funções e responsabilidades
•Reconhecimento: Valorização de competências
•Networking: Ampliação de contatos profissionais
•Empreendedorismo: Oportunidades de consultoria
Implementação por Estados
Experiências Pioneiras
Ceará:
•Início: 2019, como estado piloto
•Modelo: Foco em escolas de tempo integral
•Resultados: Melhoria nos indicadores educacionais
•Desafios: Adequação de infraestrutura
Goiás:
•Estratégia: Implementação gradual por regiões
•Parcerias: Cooperação com setor privado
•Inovação: Uso intensivo de tecnologia
•Avaliação: Monitoramento contínuo dos resultados
Paraná:
•Abordagem: Qualificação profissional integrada
•Recursos: Investimento em laboratórios
•Formação: Capacitação massiva de professores
•Resultados: Aumento da permanência escolar
Estratégias de Implementação
Planejamento:
•Diagnóstico: Análise da situação atual
•Metas: Objetivos claros e mensuráveis
•Cronograma: Implementação gradual
•Recursos: Planejamento financeiro
Execução:
•Piloto: Escolas experimentais
•Expansão: Ampliação gradual
•Monitoramento: Acompanhamento contínuo
•Ajustes: Correções baseadas na experiência
Avaliação:
•Indicadores: Métricas de sucesso
•Feedback: Opinião da comunidade escolar
•Resultados: Impacto no aprendizado
•Sustentabilidade: Garantia de continuidade
Avaliação e Monitoramento
Sistema de Avaliação da Educação Básica (SAEB)
Adaptações para o Novo Ensino Médio:
•Competências: Avaliação além do conhecimento factual
•Itinerários: Instrumentos específicos por área
•Projeto de vida: Indicadores de desenvolvimento pessoal
•Contextualização: Consideração das especificidades regionais
Cronograma de Avaliação:
•2025: Primeira aplicação adaptada
•2027: Avaliação completa do novo modelo
•Periodicidade: Acompanhamento bienal
•Resultados: Subsídios para ajustes
Indicadores de Qualidade
Quantitativos:
•Taxa de conclusão: Percentual de estudantes que completam o ensino médio
•Evasão escolar: Redução do abandono
•Fluxo escolar: Melhoria na progressão
•Acesso ao ensino superior: Ingresso em universidades
Qualitativos:
•Satisfação: Opinião de estudantes e professores
•Competências: Desenvolvimento de habilidades
•Projeto de vida: Clareza sobre objetivos futuros
•Cidadania: Participação social e política
Monitoramento Contínuo
Instrumentos:
•Questionários: Pesquisas com comunidade escolar
•Observação: Visitas técnicas às escolas
•Dados administrativos: Informações dos sistemas
•Estudos longitudinais: Acompanhamento de coortes
Periodicidade:
•Mensal: Dados básicos de matrícula e frequência
•Semestral: Avaliação de desempenho
•Anual: Relatórios completos
•Bienal: Avaliações externas
Críticas e Controvérsias
Principais Críticas
Redução da Formação Geral:
•Argumento: Diminuição da carga horária de disciplinas básicas
•Preocupação: Formação menos abrangente
•Resposta oficial: Manutenção de 2.400 horas obrigatórias
•Debate: Qualidade versus quantidade
Desigualdade de Oportunidades:
•Problema: Oferta limitada de itinerários em algumas regiões
•Consequência: Estudantes com menos opções
•Solução proposta: Parcerias e ensino a distância
•Desafio: Garantir equidade nacional
Preparação para o ENEM:
•Questão: Adequação do novo currículo ao exame
•Preocupação: Impacto no acesso ao ensino superior
•Adaptação: Mudanças no formato do ENEM
•Transição: Período de ajuste necessário
Formação Docente:
•Desafio: Capacitação adequada dos professores
•Problema: Tempo insuficiente para formação
•Investimento: Recursos para capacitação
•Qualidade: Garantia de formação adequada
Posicionamentos da Comunidade Educacional
Favoráveis:
•Flexibilidade: Adequação aos interesses dos estudantes
•Modernização: Alinhamento com demandas contemporâneas
•Protagonismo: Maior participação estudantil
•Preparação: Melhor formação para o trabalho
Contrários:
•Fragmentação: Perda da formação integral
•Elitização: Benefício apenas para alguns grupos
•Implementação: Condições inadequadas
•Avaliação: Falta de evidências de eficácia
Estudos e Pesquisas
Pesquisas Acadêmicas:
•Universidades: Estudos sobre implementação
•Institutos: Análises de impacto
•Organizações: Monitoramento independente
•Resultados: Evidências ainda em construção
Experiências Internacionais:
•Finlândia: Modelo de flexibilização curricular
•Austrália: Sistema de escolhas no ensino médio
•França: Reforma do baccalauréat
•Lições: Adaptação à realidade brasileira
Benefícios e Oportunidades
Para os Estudantes
Desenvolvimento Pessoal:
•Autoconhecimento: Identificação de talentos e interesses
•Autonomia: Capacidade de fazer escolhas
•Responsabilidade: Protagonismo na própria formação
•Maturidade: Desenvolvimento de competências socioemocionais
Preparação Profissional:
•Competências técnicas: Habilidades específicas para o trabalho
•Empregabilidade: Melhor inserção no mercado
•Empreendedorismo: Capacidade de criar negócios
•Adaptabilidade: Flexibilidade para mudanças
Acesso ao Ensino Superior:
•Preparação específica: Foco em áreas de interesse
•Competências: Além do conhecimento factual
•Projeto de vida: Clareza sobre objetivos
•Diversidade: Múltiplos caminhos formativos
Para as Escolas
Inovação Pedagógica:
•Metodologias: Práticas mais dinâmicas
•Tecnologia: Uso de recursos digitais
•Projetos: Aprendizagem baseada em problemas
•Interdisciplinaridade: Integração entre áreas
Gestão Escolar:
•Flexibilidade: Adequação às demandas locais
•Parcerias: Cooperação com outros setores
•Recursos: Captação de investimentos
•Reconhecimento: Valorização da qualidade
Comunidade Escolar:
•Engajamento: Maior participação das famílias
•Satisfação: Melhoria do clima escolar
•Resultados: Indicadores mais positivos
•Sustentabilidade: Garantia de continuidade
Para a Sociedade
Desenvolvimento Econômico:
•Qualificação: Mão de obra mais preparada
•Inovação: Capacidade de criar soluções
•Produtividade: Melhoria da competitividade
•Inclusão: Redução das desigualdades
Cidadania:
•Participação: Engajamento social e político
•Consciência: Compreensão dos problemas sociais
•Ética: Valores para a convivência
•Sustentabilidade: Responsabilidade ambiental
Perspectivas Futuras
Tendências Educacionais
Personalização:
•Inteligência artificial: Adaptação às necessidades individuais
•Análise de dados: Acompanhamento personalizado
•Recursos adaptativos: Materiais que se ajustam ao estudante
•Mentoria: Orientação individualizada
Tecnologia:
•Realidade virtual: Experiências imersivas de aprendizado
•Gamificação: Uso de jogos na educação
•Plataformas digitais: Ambientes virtuais de aprendizagem
•Conectividade: Acesso universal à internet
Competências do Século XXI:
•Pensamento crítico: Análise e síntese de informações
•Criatividade: Capacidade de inovar
•Colaboração: Trabalho em equipe
•Comunicação: Expressão eficaz
Desafios Futuros
Sustentabilidade:
•Financiamento: Garantia de recursos contínuos
•Qualidade: Manutenção de padrões elevados
•Equidade: Redução das desigualdades
•Inovação: Atualização constante
Avaliação:
•Instrumentos: Desenvolvimento de novas formas de avaliação
•Competências: Medição de habilidades complexas
•Feedback: Informações para melhoria contínua
•Comparabilidade: Padrões nacionais e internacionais
Formação Docente:
•Continuidade: Formação permanente
•Qualidade: Excelência na capacitação
•Inovação: Práticas pedagógicas avançadas
•Valorização: Reconhecimento profissional
Cenários Possíveis
Cenário Otimista:
•Implementação bem-sucedida: Melhoria dos indicadores educacionais
•Redução da evasão: Maior permanência na escola
•Qualidade: Formação integral dos estudantes
•Equidade: Redução das desigualdades
Cenário Pessimista:
•Implementação problemática: Dificuldades na execução
•Desigualdades: Ampliação das diferenças regionais
•Qualidade: Redução da formação geral
•Resistência: Oposição da comunidade educacional
Cenário Realista:
•Implementação gradual: Ajustes contínuos necessários
•Resultados mistos: Sucessos e desafios
•Aprendizado: Melhoria baseada na experiência
•Sustentabilidade: Garantia de continuidade com adaptações
Orientações Práticas
Para Estudantes
Escolha do Itinerário:
1.Autoconhecimento: Identifique seus interesses e habilidades
2.Pesquisa: Conheça as opções disponíveis em sua escola
3.Orientação: Busque ajuda de professores e orientadores
4.Flexibilidade: Mantenha-se aberto a mudanças
Aproveitamento das Oportunidades:
1.Participação ativa: Envolva-se em projetos e atividades
2.Networking: Construa relacionamentos com colegas e professores
3.Experiências: Busque estágios e atividades extracurriculares
4.Planejamento: Desenvolva seu projeto de vida
Para Pais e Responsáveis
Acompanhamento:
1.Informação: Mantenha-se atualizado sobre as mudanças
2.Diálogo: Converse com seu filho sobre as escolhas
3.Apoio: Ofereça suporte emocional e prático
4.Parceria: Colabore com a escola
Orientação:
1.Escuta ativa: Compreenda os interesses do jovem
2.Pesquisa: Ajude a conhecer as opções disponíveis
3.Experiências: Proporcione vivências diversificadas
4.Paciência: Respeite o tempo de decisão
Para Professores
Preparação:
1.Formação: Busque capacitação específica
2.Metodologias: Desenvolva práticas inovadoras
3.Tecnologia: Incorpore recursos digitais
4.Colaboração: Trabalhe em equipe
Prática Pedagógica:
1.Protagonismo estudantil: Coloque o aluno no centro
2.Projetos: Desenvolva aprendizagem aplicada
3.Avaliação formativa: Acompanhe o progresso continuamente
4.Flexibilidade: Adapte-se às necessidades
Para Gestores Escolares
Planejamento:
1.Diagnóstico: Analise a situação atual da escola
2.Recursos: Planeje investimentos necessários
3.Equipe: Prepare professores e funcionários
4.Comunidade: Envolva pais e estudantes
Implementação:
1.Gradualidade: Implemente por etapas
2.Monitoramento: Acompanhe os resultados
3.Ajustes: Faça correções necessárias
4.Comunicação: Mantenha todos informados
Conclusão
O Novo Ensino Médio representa uma transformação profunda e necessária na educação brasileira. Com a Lei 14.945/2024, o país busca equilibrar a flexibilização curricular com a garantia de uma formação sólida e abrangente para todos os estudantes. Esta reforma, que começou a ser implementada de forma mais estruturada a partir de 2025, traz tanto oportunidades quanto desafios significativos.
As mudanças introduzidas, desde a reorganização da carga horária até a criação dos itinerários formativos, visam tornar o ensino médio mais atrativo, relevante e alinhado com as demandas do século XXI. A possibilidade de os estudantes escolherem áreas de aprofundamento, combinada com uma formação geral básica robusta, pode contribuir para reduzir a evasão escolar e melhorar a qualidade da educação.
No entanto, o sucesso desta reforma depende fundamentalmente da qualidade de sua implementação. É essencial que as redes de ensino invistam adequadamente em infraestrutura, formação docente e recursos pedagógicos. Além disso, é crucial garantir que todos os estudantes, independentemente de sua origem socioeconômica ou localização geográfica, tenham acesso a itinerários formativos de qualidade.
Os próximos anos serão decisivos para avaliar os impactos reais do Novo Ensino Médio. É importante que a comunidade educacional mantenha um olhar crítico e construtivo, contribuindo para os ajustes necessários e garantindo que esta reforma cumpra seu objetivo de melhorar a educação brasileira.
Para estudantes, pais, professores e gestores, o momento é de preparação, adaptação e engajamento. O Novo Ensino Médio não é apenas uma mudança curricular, mas uma oportunidade de repensar a educação e construir um futuro mais promissor para os jovens brasileiros.
Para aprofundar seus conhecimentos sobre educação e políticas públicas, recomendamos a leitura de outros artigos do Mapeando Conhecimentos sobre sistema educacional brasileiro, políticas educacionais e desenvolvimento humano. Cada tema oferece perspectivas complementares para compreender os desafios educacionais contemporâneos.
Referências
BRASIL. Lei nº 14.945, de 31 de julho de 2024. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), a fim de definir diretrizes para o ensino médio. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 jul. 2024. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/2024/lei-14945-31-julho-2024-796017-publicacaooriginal-172512-pl.html. Acesso em: 03 set. 2025.
BRASIL. Ministério da Educação. O que muda no ensino médio a partir de 2025. Brasília: MEC, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/assuntos/noticias/2024/agosto/o-que-muda-no-ensino-medio-a-partir-de-2025. Acesso em: 03 set. 2025.
BRASIL. Ministério da Educação. Sancionada lei que reestrutura o ensino médio. Brasília: MEC, 2024. Disponível em: https://www.gov.br/mec/pt-br/assuntos/noticias/2024/agosto/sancionada-lei-que-reestrutura-o-ensino-medio. Acesso em: 03 set. 2025.
CONSELHO NACIONAL DAS INSTITUIÇÕES DA REDE FEDERAL DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL, CIENTÍFICA E TECNOLÓGICA (CONIF). A Lei 14.945/2024 e a organização curricular dos cursos técnicos integrados ao ensino médio ofertados pela Rede Federal. Brasília: CONIF, 2024. Disponível em: https://portal.conif.org.br/estudos/a-lei-14-945-2024-e-a-organizacao-curricular-dos-cursos-tecnicos-integrados-ao-ensino-medio-ofertados-pela-rede-federal. Acesso em: 03 set. 2025.
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LOTTA, Gabriela Spanghero et al. A implementação do Novo Ensino Médio nos estados: das promessas da reforma ao ensino médio nem-nem. Retratos da Escola, Brasília, v. 16, n. 36, p. 285-293, set. 2022. Disponível em: https://retratosdaescola.emnuvens.com.br/rde/article/view/1620. Acesso em: 03 set. 2025.
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SOUZA, Antônio Eduardo de; CANTANHÊDE, Luís Fernando. Análise da implementação do Novo Ensino Médio a partir dos estados do Maranhão e Piauí e análise das consultas públicas do MEC. Revista Científica Multidisciplinar, v. 5, n. 8, p. 1-15, 2024. Disponível em: https://periodicorease.pro.br/rease/article/view/13352. Acesso em: 03 set. 2025.
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